“BEBER DO PRÓPRIO POÇO”
Quem de nós nunca sentiu sede??? Sabemos que em nosso Planeta não há possibilidade de vida sem que haja condições para isso. Por isso, uma das primeiras coisas que Deus criou no Gênesis foram as águas, e as separou em, águas de “cima” e as de “baixo”.
As águas de cima, “fecundam”, por assim dizer, as águas de baixo, dando condições para que a Vida exista. Pois bem, no deserto raramente se chove, por isso da quase inexistência de vida. Era necessário então, que os povos migrantes cavassem, em suas longas caminhadas, poços para deixar às suas descendências e estes poderem alcançar em suas viagens água para subsistência.
Assim é a história do poço que Jacó deixou aos seus descendentes e que na liturgia deste final de semana é proposto como símbolo da belíssima conversa de Jesus com a Samaritana. (Jo4, 5-42)
Neste diálogo, Jesus pede água! Claro que muito mais do que a água, Jesus queria um pretexto para aproximar-se daquela pessoa (samaritana), ou seria de um povo (?) - note-se que a samaritana não tinha nome, porém, era infeliz, sedenta e que não sabe onde encontrar água; vivia sem rumo e sem direção. Era Deus que vinha ao encontro da sede da samaritana! É Deus que em todos os momentos, vem ao encontro de nossas sedes e que abre um poço diferente, para saciá-las.
Como outrora no deserto em que Deus manda Moisés bater na rocha e de lá brotam as águas que matam a sede do seu povo (1ª Leitura – Ex 17,3-7), Jesus no Evangelho se declara a Fonte de água viva, isto é, o lugar de onde brota água, brota vida, brota o Espírito Santo.
Porém, como o povo do Êxodo que murmura e prefere voltar para a escravidão, porque lá tem cebolas e água, hoje reclamamos de Deus em tudo! Preferimos continuar escravos de nossas sedes, preferimos ser amantes de 5 maridos (deuses), a nos entregarmos de coração e permitirmos que nosso balde (vida) seja cheia da Graça de Deus que foi derramada pela Morte e Ressurreição de Jesus.
Cristo é a Rocha que dá a água do Espírito. Paulo nos ensina que somos salvos e justificados por Ele. Essa salvação já veio até nós pelo batismo. Essa água que nos sacia vem a nós todas as vezes que celebramos a Eucaristia. Eis nosso poço! Eis de onde devemos beber! Eis onde devemos saciar nossa sede! Eis de onde devemos partir para o mundo e, como a samaritana, sermos missionários! Sim! Não apenas matarmos nossa sede egoisticamente, mas conduzir outros até a fonte, como fez a Samaritana: “Venham ver o homem que me disse tudo o que fiz... não será Ele o Messias?”
Assim, queridos irmãos e irmãs, busquemos com insistência matar nossa sede de Deus que se faz poço, que se faz próximo. E, como diz uma belíssima canção entoada por nosso querido Pe. Fábio de Melo, “Se você trouxer a mim a sua água eu devolvo vinho.”

Nenhum comentário:
Postar um comentário